terça-feira, 30 de março de 2010

Uma l�grima por Armando Nogueira

Um craque - na concep��o de todos os que vivem o jornalismo; um t�cnico - na constru��o do ide�rio daqueles que amam o futebol; um maestro - que "tocava"as palavras, extraindo delas n�o s� sentido, mas cor e emo��o e lirismo: este o Armando Nogueira que conheci.

Obviamente - e infelizmente - n�o jamais o encontrei no plano f�sico, portanto dele n�o posso falar como colega, comandado ou amigo; mas sinto como se o tivesse, embalado ao longo de muitos anos por suas palavras m�gicas, combinadas em textos na imprensa escrita ou eletronica, declamados (como poesia que s�o) por tantas e t�o belas vozes, como a sua pr�pria. Conheci-o tamb�m atrav�s da televis�o, por via indireta (atrav�s de conceitos inseridos desde sempre na alma de n�s brasileiros) ou direta, em seus programas na tev� a cabo ou nas - j� h� algum tempo raras - entrevistas.

Cultivei com ele aquele elo que nos faz mais que admiradores, entusiastas, ciente o tempo todo que daqueles olhos calmos, daquela finesse incontest�vel, brotavam fa�scas de genialidade e inspira��o.

Por isso chorei, silente, no Jornal Nacional de ontem, e repeti a dose no Jornal da Globo, como quem perde um amigo querido. N�o o choro da tristeza ou do desespero, incab�veis, mas o choro discreto e incont�vel de quem testemunha um adeus de algu�m que marcou sua trajet�ria com os signos da lucidez racional e da imagina��o afetiva, de maneira incontest�vel, rica e inesquec�vel.

A um mestre cantado por tantos, juntei minha l�grima em ova��o, como um coro da torcida no Maracan�, que ontem velou calado seu �ltimo adeus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário