Quando eu levanto a minha voz,
perco.
Quando eu levanto a minha voz,
ainda que cheio de raz�o,
perco.
E o que fica � o estrondo
os decib�is que explodem
acima de nossas cabe�as.
Quando eu levanto a minha voz,
perco
- exce��o feita a aquele momento em que
do meio da multid�o, ela se eleva.
Mas mesmo ent�o,
perco,
se n�o consigo dizer nada,
n�o,
se ningu�m ouve nada,
ou se eu falo sem raz�o.
(por isso tudo tenho andado calado, a me perguntar onde est� a minha voz, o destempero e a empolga��o; penso, repenso e calo, fundo, silente, inerte, em v�o)
At� mesmo este poema
- torto, tamb�m pudera,
vindo da boca de quem vem -
poderia ser n�o.
(leio no jornal not�cias sobre o coletivo Wu Ming e a� � que me pergunto, de vez, quem foi que me deu permiss�o, a quem interessar possa, por que que a gente � assim, e fala tanto - com ou sem raz�o)
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