sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Blog EntryOs eventos de AmityvilleAug 13, '05 12:24 AM
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The Amityville Horror (Andrew Douglas, 2005)

Baseado no clássico best-seller de Jay Anson (1977; mais de 3 milhões de cópias vendidas no mesmo ano só nos EUA), esta é mais uma refilmagem da história original (e supostamente verdadeira) de possessão e horror ligados a uma casa mal-assombrada no interior dos Estados Unidos. A primeira versão (dirigida por Stuart Rosenberg), com roteiro do próprio Anson, foi filmada em 1979 com a namoradinha do Superman (Margot Kidder) no papel da Sra. Lutz; dando origem a uma série de “sequels & prequels” oficiais e não-oficiais, inclusive com uma versão em 3-D.

O remake do estreante Andrew Douglas não chega nem perto do pathos do livro (como, aliás, nenhuma das versões anteriores), leitura marcante que quase me fez urinar nas calças de pavor ao terminar de lê-lo sozinho em casa num fim de tarde, quando tinha lá meus 12 ou 134 anos. O duo de protagonistas é crível, Ryan Reynolds se esforça para mostrar o passo-a-passo da possesão de seu personagem, e Melissa George é uma gata, mas fica nisto.

Recentemente um novo livro lançou luzes sobre o mistério dos assassinatos que ocorreram em Amityville previamente ao episódio Lutz - uma reportagem investigativa (“The Night the DeFeos Died”, 2002) que, com o apoio da Igreja Católica local, desmente qualquer alegação de realidade e qualifica a história de Anson como apenas mais um “hoax”. Uma vez que o Pe. Mancuso, supostamente testemunha ocular dos fatos ocorridos com ambas as famílias, já não está mais entre nós, fica difícil obter dados mais confiáveis que os decorrentes do processo criminal que envolveu o episódio, onde o Padre depôs negando tudo. Mas nós sabemos como a Igreja trabalha no escuro, e o voto de silêncio do reverendo não pode ser admitido como a versão definitiva da história.

Recomendo aos interessados que leiam o livro, muuuito mais completo e excitante que qualquer das versões filmadas. Quer seja boato ou realidade, como eu mencionei no início, trata-se de um clássico da literatura de terror/horror, a fonte donde inúmeras histórias ficcionais beberam ao longo dos últimos 25 anos.

Leia mais em http://www.amityvillemurders.com/



Blog EntryImpeachment já!!! Fora Lulla!Aug 12, '05 8:21 AM
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Meu recado a todos os amigos que lêem jornais, assistem à TV e/ou não estão incapacitados mentalmente:

O depoimento do publicitário Duda Mendonça na CPI do "mensalamaçal petista" é a peça que faltava encaixar num provável processo de impeachment contra o Presidente Lulla. É hora de pronunciarmo-nos, engajarmo-nos, botar a boca do trombone, ir às ruas e exigir o que manda a Constituição.

Ah! Mas o PL do vice também está implicado, talvez um "governo Alencar" não seja possível. Ok, Alencar não é Itamar (que estava afastado de Collor há pelo menos 1 ano quando este foi defenestrado do poder).

Ih! E o PP, então??? O Severino presidente??? É o fim da picada. E ele é mesmo o tercceiro na linha sucessória...

Vamos ao que interessa: a Constituição prevê casos como este, há uma linearidade na sucessão (para o resto do mandato ou interina) e nós cidadãos, eterna e mais uma vez enganados, roubados e tratados como lixo pela escória que governa este país, dos mais baixos ao mais alto escalão, não podemos nos calar. Urge tomar-se as providências cabíveis e legais.

Fora Lulla!


QUENTIN TARANTINO

1. The Good, the Bad and the Ugly (Leone, 1966)

2. Rio Bravo (Hawks, 1959)

3. Taxi Driver (Scorsese, 1976)

4. His Girl Friday (Hawks, 1939)

5. Rolling Thunder (Flynn, 1977)

6. They All Laughed (Bogdanovich, 1981)

7. The Great Escape (J Sturges, 1963)

8. Carrie (De Palma, 1976)

9. Coffy (Hill, 1973)

10. Five Fingers of Death (Chang, 1973)

TIM ROBBINS

1. The Battle of Algiers (Pontecorvo, 1965)

2. The Clowns (Fellini, 1971)

3. Don't Look Back (Pennebaker, 1967)

4. The Lower Depths (Kurosawa, 1957)

5. McCabe & Mrs Miller (Altman, 1971)

6. My Man Godfrey (La Cava, 1936)

7. Nashville (Altman, 1975)

8. Network (Lumet, 1976)

9. Underground (Kusturica, 1995)

10. Waiting for Guffman (Guest, 1996)

PAUL VERHOEVEN

1. La Dolce Vita (Fellini, 1960)

2. Ivan the Terrible, Part II (Eisenstein, 1958)

3. Lawrence of Arabia (Lean, 1962)

4. Rashomon (Kurosawa, 1951)

5. Vertigo (Hitchcock, 1958)

6. The Seventh Seal (Bergman, 1956)

7. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)

8. Metropolis (Lang, 1927)

9. Los Olvidados (Buñuel, 1950)

10. Some Like It Hot (Wilder, 1959)

GILLIAN ARMSTRONG

1. Citizen Kane (Welles, 1941)

2. Raging Bull (Scorsese, 1980)

3. La Strada (Fellini, 1954)

4. The Godfather Part II (Coppola, 1974)

5. Rashomon (Kurosawa, 1951)

6. Chinatown (Polanski, 1974)

7. Bicycle Thieves (De Sica, 1948)

8. 8 1/2 (Fellini, 1963) 9. Singin' in the Rain (Kelly, Donen, 1952)

10. Vertigo (Hitchcock, 1958)

BERNARDO BERTOLUCCI

1. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)

2. Sansho Dayu (Mizoguchi, 1954)

3. Germany, Year Zero (Rossellini, 1947)

4. A Bout de Souffle (Godard, 1959)

5. Stagecoach (Ford, 1939)

6. Blue Velvet (Lynch, 1986)

7. City Lights (Chaplin, 1931)

8. Marnie (Hitchcock, 1964)

9. Accattone (Pasolini, 1961)

10. Touch of Evil (Welles, 1958)

JOHN BOORMAN

1. Seven Samurai (Kurosawa, 1954)

2. The Seventh Seal (Bergman, 1956)

3. 8 1/2 (Fellini, 1963)

4. That Obscure Object of Desire (Buñuel, 1977)

5. Dr Strangelove (Kubrick, 1963)

6. Citizen Kane (Welles, 1941)

7. Sunset Blvd (Wilder, 1950)

8. Solaris (Tarkovsky, 1972)

9. La Roue (Gance, 1923)

10. The Birth of a Nation (Griffith, 1915)

JIM JARMUSCH

1. L'Atalante (Vigo, 1934)

2. Tokyo Story (Ozu, 1953)

3. They Live by Night (N Ray, 1949)

4. Bob le flambeur (Melville, 1955)

5. Sunrise (Murnau, 1927)

6. The Cameraman (Sedgwick, 1928)

7. Mouchette (Bresson, 1967)

8. Seven Samurai (Kurosawa, 1954)

9. Broken Blossoms (Griffith, 1919)

10. Rome, Open City (Rossellini, 1945)

MILOS FORMAN

1. Amarcord (Fellini, 1973)

2. American Graffiti (Lucas, 1973)

3. Citizen Kane (Welles, 1941)

4. City Lights (Chaplin, 1931)

5. The Deer Hunter (Cimino, 1978)

6. Les Enfants du Paradis (Carné, 1945)

7. Giant (Stevens, 1956)

8. The Godfather (Coppola, 1972)

9. Miracle in Milan (De Sica, 1951)

10. Raging Bull (Scorsese, 1980)

CATHERINE BREILLAT

1. Ai No Corrida (Oshima, 1976)

2. Sawdust and Tinsel (Bergman, 1953)

3. Baby Doll (Kazan, 1956)

4. Lost Highway (Lynch, 1996)

5. Vertigo (Hitchcock, 1958)

6. Salo (Pasolini, 1975)

7. L'Avventura (Antonioni, 1960)

8. Ordet (Dreyer, 1954)

9. Lancelot du Lac (Bresson, 1974)

10. 10 (Kiarostami, 2002)

CAMERON CROWE

1. The Apartment (Wilder, 1960)

2. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)

3. La Dolce Vita (Fellini, 1960)

4. Manhattan (Allen, 1979)

5. The Best Years of Our Lives (Wyler, 1946)

6. To Kill a Mockingbird (Mulligan, 1962)

7. Harold and Maude (Ashby, 1971)

8. Pulp Fiction (Tarantino, 1994)

9. Quadrophenia (Roddam, 1979)

10. Ninotchka (Lubitsch, 1939)

SAM MENDES

1. Citizen Kane (Welles, 1941)

2. Fanny and Alexander (Bergman, 1982)

3. The Godfather Part II (Coppola, 1974)

4. The Piano (Campion, 1993)

5. The Red Shoes (Powell, Pressburger, 1948)

6. Sunset Blvd (Wilder, 1950)

7. 2001: A Space Odyssey (Kubrick, 1968)

8. Taxi Driver (Scorsese, 1976)

9. Vertigo (Hitchcock, 1958)

10. The Wizard of Oz (Fleming, 1939)

LUKAS MOODYSSON

1. Bicycle Thieves (De Sica, 1948)

2. Fanny and Alexander (Bergman, 1982)

3. Gummo (Korine, 1997)

4. La Haine (Kassovitz, 1995)

5. The Last Picture Show (Bogdanovich, 1971)

6. The Mirror (Tarkovsky, 1975)

7. On the Waterfront (Kazan, 1954)

8. Riff-Raff (Loach, 1990)

9. Secrets & Lies (Leigh, 1996)

10. Where Is My Friend's House? (Kiarostami, 1987)

MIKE NEWELL

1. The Apartment (Wilder, 1960)

2. Bad Day at Black Rock (J Sturges, 1955)

3. Fanny and Alexander (Bergman, 1982)

4. La Grande Illusion (Renoir, 1937)

5. Kind Hearts and Coronets (Hamer, 1949)

6. Lacombe Lucien (Malle, 1974)

7. The Leopard (Visconti, 1963)

8. My Darling Clementine (Ford, 1946)

9. Notorious (Hitchcock, 1946)

10. War and Peace (Vidor, 1956)

TERRY JONES

1. Annie Hall (Allen, 1977)

2. Apocalypse Now (Coppola, 1979)

3. Duck Soup (McCarey, 1933)

4. Fanny and Alexander (Bergman, 1982)

5. Groundhog Day (Ramis, 1993)

6. Guys and Dolls (Mankiewicz, 1955)

7. Jour de Fête (Tati, 1949)

8. Napoléon (Gance, 1927)

9. The Pathfinder (Salkow, 1952)

10. Steamboat Bill, Jr (Riesner, 1928)

MICHAEL MANN

1. Apocalypse Now (Coppola, 1979)

2. Battleship Potemkin (Eisenstein, 1925)

3. Citizen Kane (Welles, 1941)

4. Dr Strangelove (Kubrick, 1963)

5. Faust (Murnau, 1926)

6. Last Year at Marienbad (Resnais, 1961)

7. My Darling Clementine (Ford, 1946)

8. The Passion of Joan of Arc (Dreyer, 1928)

9. Raging Bull (Scorsese, 1980)

10. The Wild Bunch (Peckinpah, 1969)

KEN LOACH

1. A Bout de Souffle (Godard, 1959)

2. The Battle of Algiers (Pontecorvo, 1965)

3. A Blonde in Love (Forman, 1965)

4. Bicycle Thieves (De Sica, 1948)

5. Closely Observed Trains (Menzel, 1966)

6. Fireman's Ball (Forman, 1967)

7. Jules et Jim (Truffaut, 1962)

8. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)

9. The Tree of the Wooden Clogs (Olmi, 1978)

10. Wild Strawberries (Bergman, 1957)

SIDNEY LUMET

1. The Best Years of Our Lives (Wyler, 1946)

2. Fanny and Alexander (Bergman, 1982)

3. The Godfather (Coppola, 1972)

4. The Grapes of Wrath (Ford, 1940)

5. Intolerance (Griffith, 1916)

6. The Passion of Joan of Arc (Dreyer, 1928)

7. Ran (Kurosawa, 1985)

8. Roma (Fellini, 1972)

9. Singin' in the Rain (Kelly, Donen, 1952)

10. 2001: A Space Odyssey (Kubrick, 1968)



Desde o ano passado venho lentamente acompanhando as aventuras dos "pistoleiros" Roland, Eddie, Susannah e Jake, personagens principais dos 3 primeiros livros da série "A Torre Negra" de Stephen King. Confesso que foi também lento o processo de sedução intelectual que a história me legou, comparável somente ao lento amadurecimento da obra e das idéias deste (hoje chamo genial) escritor americano.

Como em seus livros mais antigos e de sucesso inquestionável (que geraram filmes tão famosos como inferiores aos livros originais), "O Pistoleiro" (ATN vol. I) é um bem traçado emaranhado de aventuras absolutamente sem sentido, permeadas por um fio condutor invisível que só se enxerga ao final, conectando os elos perdidos e levantando novas questões. Ka.

Comprei o segundo por mera insistência ("A Escolha dos Três" - ATN vol. II), e pego desprevenido por um interesse cada vez maior em "lagostrosidades" e outas esquisitices, fui dando conta da armadilha preparada por um texto à primeira vista verborrágico e recheado de citações excessivas e desconexas. Estava fisgado. Ka-Tet.

Acabo de ler "As Terras Devastadas" (ATN vol. III) e me sinto à vontade no "Mundo Médio" como um dia na Terra Média de Tolkien. Mas não aquela do "Senhor dos Anéis", coroação bem sucedida de uma obra de vida que mais parece uma obsessão (no sentido mais puro da palavra: obra de um "possuído", se é que se pode falar assim de Mr. Tolkien, PhD em Filologia, católico ultra-conservador e historiador/folclorista nas "horas vagas"), e sim aquela que se espraia como um real mundo novo somente aos que leram também "O Hobbit", os "Contos Inacabados" e principalmente o "Silmarillion". Stephen King chega lá, e este é o ponto. Chega lá como tem chegado há anos, em histórias maravilhosamente executadas como "The Green Mile", a anos-luz de distância do escritor de "terror" que um dia foi. Se é tão bom quanto Tolkien? Creio que não. Mas é o mais próximo que eu imagino alguém conseguir chegar disso.

"As Terras Devastadas" são o momento de equilíbrio da história até agora (e não, eu não vou comprar os originais em inglês ou baixá-los pela web para os ler logo: curtirei a espera com prazer, enquanto os neurônios encharcados de loucura e poesia peneiram e sedimentam a experiência). Se "Childe Roland à Torre Negra chegou", como diz o poema de Robert Browning que inspirou a série, é neste livro que nós chegamos lá, viajamos com Roland e seus amigos por caminhos desconhecidos, sentimos medo e tensão e uma curiosidade infinda, a mesma que os move em direção à Torre como Frodo e Sam à Mordor. Khef.

Para saber mais: visite http://www.torrenegra.com.br/

Algumas explicações:

KA: na Língua Superior possui significados múltiplos e, sendo assim, é difícil defini-la com precisão. Significa força vital, consciência, dever e destino. Na língua vulgar, ou Língua Inferior, também significa um lugar para onde um indivíduo deve ir. Os termos mais aproximados na nossa língua são, provavelmente, dita e destino.

KA-TET: Literalmente, ka-tet significa "um que é composto de muitos". Ka refere-se ao destino; tet a um grupo de pessoas que compartilham interesses e objetivos. Ka-tet é o lugar onde as vidas dos homens são interligadas pelo destino.

KHEF: Na língua original do Mundo Antigo, khef significava muitas coisas diferentes, entre elas água, nascimento e força vital. Abarcava tudo que era essencial para a existência. No começo de O Pistoleiro, descobrimos que um indivíduo pode progredir no khef. Quando conhecemos Roland, ele já havia "progredido no khef por muitos anos, e alcançara o quinto nível". Aqueles que atingem os níveis mais altos no khef (níveis sete e oito) são capazes de se separar clinicamente de seus corpos. O eu físico pode estar sedento, mas a mente fica à parte, como uma espectadora.

("Algumas explicações": textos extraídos do site da coleção em português, pela Editora Objetiva. Copyright 2001 by Stephen King)



Blog EntryAudrey Hepburn – Coleção EspecialJul 3, '05 6:23 PM
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Minha vida muito mais doce com o presente que ganhei de Mônica - a caixa com quatro dos mais relevantes e deliciosos filmes da brilhante carreira da musa Audrey Hepburn.

Esta atriz belga que se tornou um ícone de várias gerações era, a meu ver, uma incomparável fusão de mulher - meiga e moderna, chique e casual, decidida, auto-suficiente e romântica - atributos que ficam evidentes em seu trabalho de atriz, à parte os descaminhos e dificuldades por que passou em sua vida amorosa e pessoal. Ganhou seu primeiro Oscar em 1953 por "Roman Holiday"/"A Princesa e o Plebeu" (onde contracenava com ninguém menos que Gregory Peck), filme que sedimentou seu sucesso e sua carreira (mas infelizmente não faz parte da caixa).

Sabrina” (1954) é um clássico dos clássicos, sob medida para ser visto e revisto um milhão de vezes. Os figurinos de Edith Head, ganhadores do Oscar, são especialmente eficazes em preparar a grande mudança que ocorre quando a menina volta mulher feita (e vestida por Givenchy!) de Paris. Bogart e Holden estão excelentes “as usual”, assim como o grande (e estelar) elenco de apoio. Para esquecer a nova versão (Sydney Pllack, 1995), tão mais ou menos quanto Julia Ormond, que não chega aos pés da beleza, carisma e charme de “la Hepburn”.

Em "Funny Face/Cinderela em Paris" (1956), ela aparece contracenando com um Fred Astaire maduro, porém ainda charmoso e no domínio completo de suas habilidades como ator e bailarino. Seu personagem, baseado no consagrado fotógrafo americano Richard Avedon (que participou das filmagens confeccionando as fotos de Audrey para a revista fictícia que a descobre numa empoeirada livraria em NY, transformando-a meio que à contragosto em top model) é mais um tipo inesquecível na imensa galeria de tipos do ator. Já Audrey, sob a batuta segura de Stanley Donan e com o background sonoro inigualável de George & Ira Gershwin, faz talvez seu filme mais “moderno”, um musical com direito a críticas filosóficas, música e dança “experimentais” (para a época) e um final realmente digno de Cinderela, porém crível e digno.

Breakfast at Tiffanys’s / Bonequinha de Luxo” (1961), baseado no livro de Truman Capoote e dirigido por Blake Edwards, é um outro clássico, o tipo do filme que marca uma estrela e uma época de modo tão endelével que fica até difícil comentar. Basta lembrar que a canção (ganhadora do Oscar) “Moon River”, de Henry mancini, é uma das mais regravadas de todos os tempos; que existem roteiros de turismo baseados no filme até hoje, passados mais de quarenta anos e que a “prostituta com um coração de ouro” se tornou um mito reproduzido em dúzias de filmes.

Paris when it sizzles / Quando Paris Alucina” (1963) – dirigido por Richard Quine e com música de Nelson Riddle, maestro de Sinatra - já pertence a uma outra época, pós-rock’n’roll, onde a ingenuidade e glamour dos filmes anteriores já não tinham o mesmo efeito nas platéias. Por isso mesmo é tão delicioso em sua ironia despretenciosa: nas gozações auto-referenciais sobre o que é (ou não) um bom roteiro; no uso da metalinguagem para comparar “My Fair Lady” e “Frankenstein” (“são a mesma história”, diz Rick, o escritor alcoólatra vivido por William Holden para sua assistente e datilógrafa Gabby/Hepburn); na referência ao final melodramático de “Breakfast at...” com o gatinho no beco, debaixo de chuva e o encontro de “dois rostos famosos e muito bem pagos naquela cena que enche os cinemas, move a indústria e vende pipoca: o beijo”. E as frases ditas por Audrey/Gabrielle se revestem de um sentido maior de premonição, ao jogar-se na cama com Holden: “Eu não sou este tipo de garota...”, “Mas ah, como eu odeio garotas que dizem isso...” e por fim, saindo debaixo dele para assumir o comando: “Bem, talvez eu seja exatamente este tipo de garota...” Sinal dos tempos, de um mundo que seguiu adiante.

Mas nunca conseguirá esquecer a beleza do rosto perfeito, dos grandes olhos negros e da linda boquinha refinada, do corpo de sílfide que era o sonho dos estilistas. Muito menos da elegância, do carisma e do mito chamado Audrey Hepburn.

P.S. No box Anthology, dos Beatles, uma cena é marcante. Reunidos para uma entrevista, os repórteres perguntam: “O que faltou nesta sua primeira viagem aos EUA?” e John responde sem pestanejar: “Encontrar Audrey Hepburn.” Pano rápido.



Blog Entry10 romantic moviesJul 3, '05 3:01 AM
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  1. Casablanca (Michael Curtz, 1942) - O clássico dos clássicos...
  2. All That Heaven Allows (Douglas Sirk,1955) - Belíssima história de amor entre um jardineiro e uma viúva coloca em cheque os valores puritanos de uma pequena cidade no sul (conservador e racista) dos EUA . Com Rock Hudson em seu melhor papel.
  3. Funny Face (Stanley Donen, 1957) - Audrey Hepburn, Fred Astaire e a música dos irmãos Gershwin. Não preciso falar mais nada.
  4. Love Story (Arthur Hiller, 1970) - O filme que fez chorar uma geração desiludida com o fim do sonho hippie. Brega? Ótimo.
  5. Endless Love (Franco Zefirelli, 1981) - O filme que fez chorar mais de uma geração. Brega? Que bom.
  6. Somewhere in Time (Jeannot Szwarc, 1980) - A mais bela trilha sonora de todos os tempos, viagem no tempo, amor impossível... Leia mais na seção "Reviews".
  7. Quelques jours avec moi (Claude Saute, 1988) - Não é bem um filme romântico, mas vá lá: o melhor do cinema francês dos anos 80. Uma comédia romântica "avant-la-lettre".
  8. Notting Hill (Roger Michell, 1999) - Que tal se apaixonar pela Julia Roberts, em carne e osso? Ou quase isso?
  9. Fa yeung nin wa (Amor à Flor da Pele, WONG KAR- WAI Wong Kar Wai, 2000) - Casal em crise divide casa de cômodos com várias outras famílias, inclusive um rapaz solteiro. Daí para ela decidir dividir uns "noodles" com ele no boteco da esquina é só um pulinho... Sem brincadeiras, uma ode ao amor platônico como nunca dantes vista no cinema. Nota? Dez.
  10. Before Sunrise / Before Sunset (Richard Linklater, 1995 / 2004) - Inteligência, humor, vida real e excelente atores na melhor "saga romântica" já inventada (inventada?).

Hors-Concours + ou - recentes:

  • Alguma coisa de Meg Ryan como "Sleepless in Seattle", "French Kiss", "You've Got Mail", "City of Angels", "Kate & Leopold" e o mais antigo, porém imperdível "When Harry Met Sally...", parceria improvável entre Rob Reiner (direção) e Nora Ephrom (roteiro).
  • Alguma coisa de Julia Roberts ( "Dying Young", "Something to Talk About", "My Best Friend's wedding", "Everyone Says I Love You", "Closer").
  • Qualquer comédia romântica escrito pelo Richard Curtis (diretor de "Love Actually" e roteirista de "Notting Hill" e "Four Weddings & A Funeral").
  • "Casamento Grego", pelo conjunto da obra (hilário!)

Saiba mais sobre os filmes em http://www.imdb.com



Blog EntryPalavras de MulherJun 29, '05 4:32 PM
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SOMOS PERFEITAS!!!

Não ficamos carecas...

Temos um dia internacional...

Sentar de pernas fechadas não doi...

Podemos usar tanto rosa quanto azul...

Sempre sabemos que o filho é nosso...

Temos prioridade em botes salva-vidas...

Não pagamos a conta. No maximo dividimos...

A programagão da TV é 90% voltada para nós...

Somos os primeiros reféns a serem libertados...

A idade não atrapalha nosso desempenho sexual...

Podemos ir para o trabalho de bermudas e sandaáias...

Se somos enganadas, somos vitimas; se enganamos, eles são cornos...

Podemos dormir com uma amiga sem sermos chamadas de lésbicas

Somos capazes de prestar atenção a várias coisas ao mesmo tempo...

Mulher de embaixador é embaixatriz; marido de embaixadora não é nada...

Não nos desesperamos em frente a um campo de relva com 1 bola e 22 mulheres...

Somos monogâmicas (embora precisemos testar vários homens pra achar

um que valha a pena)...

Mulher de presidente é Primeira-Dama; marido de presidenta é um

zero à esquerda, mesmo que ele seja de direita...

Nosso cérebro dá conta do mesmo serviço, mesmo com 4 bilhões de

neurônios a menos, ou seja, nossos neurónios são mais eficientes.

Se resolvemos exercer profissões predominantemente masculinas,

somos "pioneiras", mas se um homem resolve exercer uma profissão tipicamente feminina, é bicha...

E por último: Fazemos tudo o que um homem faz, e de ..SALTO ALTO!

SOMOS UM SHOW!!!!!!!

(ANÔNIMO, "espameado" pela web)



Blog EntrySobre o tempoJun 20, '05 2:39 AM
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Algumas pessoas lutam contra outras pessoas.

Outras lutam contra a vida, em si, talvez a abstração mais odiada de que se tem notícia. Destas, as que se saem vitoriosas na média dos embates, podem encher a boca e até dizer que a amam.

No meu cotidiano, fui colocado na condição de testemunha íntima da luta de outros tantos contra a morte, esta sim um inimigo insuplantável. Contra ela não há vitória, tanto que os séculos e as línguas tendem, em sua maioria, a chamar os que a sobrepujam muito mais de “poupados” que de “vencedores”.

Minha batalha é contra o tempo, o inimigo intangível, amalgamado a aquele seu adjetivo preferido (“inexorável”), aliado fiel dos lados obscuros dos possíveis inimigos listados acima, sempre a me ultrapassar nesta louca corrida em que vivo, agindo sob disfarces tão bem-feitos que o deixei passar despercebido por tanto “tempo”, que agora mesmo me falta o elemento básico necessário para bem poder enfrentá-lo: o conhecimento de suas características.

Exaspero-me com o passar dos anos úteis como outrora me exasperava com o passar de outros, ditos “inúteis”, sem saber que tudo, sempre, foi uma mesma e única batalha.

Na juventude não me preocupava dele – o que já era, per se, uma espécie de preocupação. Via-o passar lentamente, na infância, nas tardes quentes de verão em minha cidade natal, brincando ou lendo no jardim de minha casa, demorando-me a observar a mudança da sombra sobre a qual estendia um pano qualquer para me deitar enquanto cheirava o verde, observava as borboletas, acariciava o ronronar estendido ao meu lado. Depois veio a pressa dos anos que parecem nunca acabar, das noitadas insones, dos excessos benfazejos que me moldaram a alma boêmia e acumularam sensações e descobertas inesquecíveis e efêmeras. Então recomeçar, partir, não do zero absoluto, mas do cronômetro ressecado donde surgiram novos horizontes, planos, filhos, trabalhos – mas não ainda um novo homem.

Hoje que consegui tudo o que queria olho para os lados e só vejo mais pressa, mais velocidade, menos emoção e mais mecanicidade, como se tudo que fizéramos antes só nos trouxesse a esta gigantesca fábrica de ossos. Familiares que se vão, amigos mortos antes de mim – tão cheios de vida que trago-os ainda comigo, na lembrança de suas vozes, em seus rostos ainda formatáveis nos recessos escondidos da memória: a sorrir com suas bocas imateriais alguma mensagem que me escapa. Como o tempo, este fujão, que me traz insônia e desamparo na busca por sua imagem que já sei inexistente; que urge o grito por guerra em minha garganta de ronin desesperançado em procura idiota por alguma missão que pague a pena; que me faz sentir o pior dos sentimentos que uma guerra traz - a crença inabalável de perder-me de mim mesmo: exemplo clássico da Física, onde aquele que viaja na velocidade da luz reencontra em seu retorno um mundo que envelheceu.

Queria colocar um tijolinho na cabeça de meus filhos, pedir-lhes que crescessem menos depressa; impedir a luta pela vida – aquela, a primeira – de tragar-me tantos bons momentos subaproveitados; sentir de novo aquele estado de animação suspensa que o início da paixão nos traz: desligar todos os telefones do mundo, apagar todos os cenários ou só enxergá-los em cores vivas e em detalhes; sentar no alto da colina e enxergar o mundo do alto – lá, onde o vento se encarrega de tornar inúteis os relógios. Desligar o inconcebível tiquetaquear dos genes a me destruir o corpo e a saúde, retardar a morte – não saber mais dela, não estar presente em tantas passagens para o nada.

Queria redescobrir o lúdico, hoje restrito a tantos objetos manufaturados, passeios repetidos, cansaços inadiáveis. Ou talvez ser esquecido como Ahasverus, o judeu errante - não por penitência ou condenação, mas por esquecimento mesmo, da parte de Deus ou do universo. Talvez encontrar um planeta onde os dias tenham quarenta e oito horas; uma realidade paralela onde tudo nos seja servido mais devagar, como uma boa refeição francesa; ou melhor: a possibilidade de criar aqui mesmo, nesta existência, um jeito de dizer “calma” como se fosse um mantra e milagrosamente descobrir que o inimigo sumiu (iludido por meus sortilégios), que a vida continua sem que nos seja exigido tanto, sem que nos seja tomado tanto. Liberto, enfim.

Porque das outras coisas - pessoas, vida, morte – já perdi o medo. O que dorme comigo e me assusta nos sonhos é só a possibilidade de acordar um dia e ver que tudo passou.

Rio de Janeiro, 20 de junho de 2005, insone.



"Flama soberba essa, era a vontade visível. 0 Olho do homem é feito de modo que se lhe ve por ele a virtude. A nossa pupila diz que quantidade de homens há dentro de nós. Afirmamo-nos pela luz que fica debaixo da sobrancelha. As pequenas consciências piscam o Olho, as grandes lançam raios. Se não há nada que brilhe debaixo da pálpebra, é que nada há que pense no cérebro, é que nada há que ame no coração. Quem ama quer, e aquele que quer relampeja e cintila. A resolução enche os olhos de fogo; admirável fogo que se compõe da combustão de pensamentos tímidos. Os teimosos são os sublimes. Quem é apenas bravo tem só um assomo, quem é apenas valente tem só um temperamento, quem é apenas corajoso tem só uma virtude; o obstinado na verdade tem a grandeza. Quase todo o segredo dos grandes corações está nesta palavra: perseverando. A perseverança está para a coragem corno a roda para a alavanca; é a renovação perpétua do ponto de apoio. Esteja na terra ou no céu o alvo da vontade, a questão é ir a esse alvo; no primeiro caso, é Colombo, no segundo caso, é Jesus. Insensata é a cruz; vem daí a sua glória. Não deixar discutir a consciência, nem desarmar a vontade, é assim que se obtém o sofrimento e o triunfo. Na ordem dos fatos morais o cair não exclui o pairar. Da queda sai a ascensão. Os medíocres deixam-se perder pelo obstáculo especioso; não assim os fortes.Parecer é o talvez dos fortes, conquistar é a certeza deles."

VICTOR HUGO, "Os Trabalhadores do Mar" (1866), tradução para o português de Machado de Assis.


Blog EntryRelações entre o Estado e a IgrejaJun 9, '05 5:19 PM
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Você concorda com a existência de uma Justiça Canônica, paralela à Justiça Brasileira?

Sim. Concordo plenamente. É legal.
3

Sim, restrições feitas às sanções disciplinares relacionadas à vida clerical.
2

Não. Discordo Plenamente. É ilegal.
13

Você sabia que a Igreja Católica possui tribunais próprios, códigos canônicos e códigos de processo canônico, tal qual a Justiça comum?

Você sabia que a cada dia inúmeras pessoas (não tenho os números) são JULGADAS por estes verdadeiros TRIBUNAIS, à margem da lei vigente no país?

Você sabia que isso ocorre em TODOS os países onde a Igreja atua?

Vpcê sabia que estes tribunais executam funções exclusivas dos foros cíveis adequados, contariando as normas dos Códigos Civil e de Processo Civil?

^Sua opinião e/ou comentários são importantíssimos. Vote aqui!



Blog Entry" Recuso-me a aceitar o fim do homem."Jun 7, '05 6:54 PM
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Love In The Afternoon - Legião Urbana

"É tão estranho, os bons morrem jovens

Assim parece ser quando me lembro de você

Que acabou indo embora cedo demais

Quando eu lhe dizia: - me apaixono todo dia

E é sempre a pessoa errada

Você sorriu e disse: - eu gosto de você também

Só que você foi embora cedo demais

Eu continuo aqui com meu trabalho e meus amigos

E me lembro de você em dias assim

Um dia de chuva, um dia de sol

E o que sinto eu não sei dizer

- Vai com os anjos, vai em paz

Era assim todo dia de tarde, a descoberta da amizade

Até a próxima vez, é tão estranho

Os bons morrem antes

Me lembro de você e de tanta gente

Que se foi cedo demais

E cedo demais eu aprendi a ter tudo que sempre quis

Só não aprendi a perder

E eu, que tive um começo feliz

Do resto eu não sei dizer

Lembro das tardes que passamos juntos

Não é sempre, mas eu sei

Que você está bem agora"

Em memória de meu amigo, de infância e de sempre, Denílson Antonio Cavina (*03/11/1969 + 07/06/2005).



Blog EntryTOP 10 FILMSJun 5, '05 3:02 AM
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TOP 10 FILMS

1. The Godfather Trilogy (Coppola, 1972) - simply the best ever (all 3!)

2. To Kill a Mockingbird (Mulligan, 1962)

3. Raging Bull (Scorsese, 1980)

4. The Treasure of the Sierra Madre (Huston, 1948)

5. 37°2 le matin ("Betty Blue") (Beineix, 1986)

6. Jules et Jim (Truffaut, 1962)

7. 2001: A Space Odyssey (Kubrick, 1968)

8. Ultimo Tango a Parigi (Bertolucci, 1972)

9. Ran (Kurosawa, 1985)

10. Pulp Fiction (Tarantino, 1994)

Hors-Concours: "Pink Floyd's The Wall", by Alan Parker, 1981. (Pela influência sobre a minha juventude roqueira).

TOP 10 "21st Century's" FILMS

1. Lord of The Rings Trilogy (Peter Jackson)

2. Matrix Trilogy (Wachowski Brothers)

3. Sin City (Rodriguez, Miller & Tarantino, 2005)

4. Before Sunrise (Richard Linklater, 2004)

5. Closer (Mike Nichols, 2004)

6. Der Untergang (Oliver Hirschbiegel, 2005)

7. Les Triplettes de Belleville (Sylvain Chomet, 2003)

8. Anything Else (Woody Allen, 2003)

9. The Dreamers (Bertolucci, 2003)

10. Kill Bill Vol. 1 & 2 (Quentin Tarantino, 2003/4)

TOP 10 BRAZILIAN FILMS

1. Terra Estrangeira (Salles, 1996)

2. Cronicamente Inviável (Bianchi 2000)

3. Louco por Cinema (Oliveira 1994)

4. A Ostra e o Vento (Lima Jr, 1997)

5. Memórias do Cárcere (Pereira dos Santos, 1984)

6. Terra em Transe (Glauber, 1967)

7. Limite (Peixoto, 1931)

8. La Serva Padrona (Camuratti, 1998)

9. Dois Córregos (Reichenbach, 1999)

10. Tolerância (Gerbase, 2000)

TOP 10 Music Movies

1. Pink Floyd's "The Wall"

2. Led Zeppelin's "The Songs Remain the Same"

3. Pince's "sign o'the times"

4. Cameron Crowe's "Almost Famous"

5. Depeche Mode's "101"

6. Kiss' "Detroit Rock City"

7. Oliver Stone's "The Doors"

8. Win Wender's "Buena Vista Social Club"

9. Richard Linklater's "The School of Rock"

10. U2 and Phil Joanou's 's "Rattle and Hum"

ADENDUM:

TOP 5 DIRECTORS

1. Francis Ford Coppola

2. John Huston

3. Woody Allen

4. Martin Scorsese

5. Steven Spielberg

TOP 5 MUSES

1. Audrey Hepburn

2. Liz Taylor

3. Marylin Monroe

4. Juliette Binoche

5. Julia Roberts

TOP 5 TOUGH GUYS

1. Marlon Brando

2. Al Pacino

3. Robert De Niro

4. Gregory Peck

5. Robert Duvall


Blog EntryAs Condições do Pássaro SolitárioJun 1, '05 2:41 AM
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"Las condiciones del pájaro solitario son cinco. La primera, que se va a lo más alto; la segunda, que no sufre compañía, aunque sea de su naturaleza; la tercera, que pone el pico al aire; la cuarta, que no tiene determinado color; la quinta, que canta suavemente."

As condições do pássaro solitário são cinco;

a primeira, que voe ao mais alto;

a segunda, que não necessite de companhia, ainda que de sua mesma espécie;

a terceira, que seu bico aponte para o céu;

a quinta, que cante suavemente."

San Juan de La Cruz (1542-1591), poeta e religioso espanhol, fundador do Carmelo Descalço durante a Contra-Reforma, um dos pilares da moderna língua espanhola ao lado de Miguel de Cervantes.



Blog EntryClaviculário de MáximasJun 1, '05 2:34 AM
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A inteligência é o dom e o fardo.

A intimidade é uma merda (para colocar-se em adesivos no pára-brisas do carro).

É melhor descobrir logo quando alguém não é seu amigo de verdade. Melhor que dez anos depois.

Só há três tipos de problemas: os que eu causei e posso solucionar, os que eu não causei e ainda assim posso solucionar, e aqueles que dizem respeito a mim, mas não os causei nem posso solucioná-los. Classificar problemas é resolvê-los (ou aprender a conviver com eles).

Problemas sempre existem. Eles só são substituídos por outros.Dos antigos a gente acha graça (e isso se chama envelhecer em paz).

SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO: Reinventar-se a cada instante. Achar graça em si mesmo. Deitar a cabeça no travesseiro, de noite, e pensar: "Este dia valeu!"

"Somos todos rosas no jardim do Senhor. Mesmo as ervas daninhas ele as colhe, traz prá perto de si e as trata, com o mesmo cuidado e afeição." (Terezinha de Lisieux)


Blog EntryVoyager 1May 27, '05 2:14 AM
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Quinta-feira, 26 de maio de 2005, será para todo o sempre uma data a ser lembrada pelas gerações que virão. Neste dia, a espaçonave Voyager 1, lançada há 26 anos pela NASA, chegou à mais remota fronteira conhecida: tornou-se o primeiro artefato humano a sair do Sistema Solar. Fruto de uma época em que a Guerra Fria (de trágica lembrança) permitiu a um vasto grupo de cientistas construir um artefato dotado de um brilhantismo inimaginável, que cumpriu sua missão inicial (explorar Júpiter e Saturno) e surpreendeu a todos com a longevidade de seus mecanismos - o que garantiu a continuidade de seu monitoramento - podendo enviar dados a terra até 2020. A nave carrega consigo uma relíquia em forma de "disco de ouro", com instruções a respeito de como acessá-lo (para o improvável acaso da nave ser resgatada por outra civilização não humana), que contém informações variadas e ricas sobre a história, a ciência e a arte humanas até 1979, escolhidas a dedo pelo saudoso Carl Sagan, cosmólogo americano que foi um dos mais brilhantes pensadores e divulgadores científicos do Século XX.

Realmente ummarco na História, pena que infelizmente recebeu apenas pequenas notas de canto de página na imprensa internacional, o que nos faz refletir para onde vamos (com metáfora, por favor) num mundo em que as banalidades da política, da economia, do esporte e das celebridades são mais notícia que um fato como este.

Quem quiser saber mais sobre a nave, e detalhes do disco, deve ler ou assistir "COSMOS", livro e série televisiva de Carl Sagan, que têm um capítulo inteiro quase só sobre o assunto. Ou então acessar os links abaixo:

http://voyager.jpl.nasa.gov/

http://www.carlsagan.com/



Blog EntryEntrevista para o boaleitura.multiply.comMay 21, '05 4:15 AM
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1 - Qual o livro que você mais relê?

2 - E que livro relido ficou melhor?

3 - Dê exemplo de livros injustiçados que, apesar de muito bons, nunca foram devidamente louvados.

4 - Cite um livro decepcionante, que frustrou suas melhores expectativas?

5 - E um livro surpreendente, isto é, bom e pelo qual você não dava nada?

6 - Há cenas marcantes na boa literatura. Cite duas de sua antologia pessoal.

7 - Há personagens tão fortes na literatura que ganham vida própria. Cite os que tiveram esta força na sua imaginação de leitor?

8 - Qual o livro bom que lhe fez mal, de tão perturbador?

9 - E qual o que lhe deu mais prazer e alegria

10 - E o que mais lhe fez pensar?

11 - Cite...

a) um livro meio chato, mas bom

b) um livro que você acha que deve ser muito bom mas que jamais leu

c) um livro que não é um grande livro, apenas simpático

d) um livro difícil, mas indispensável

e) um livro que começa muito bem e se perde

f) um livro que começa mal e se encontra

g) um livro que valha apenas por uma cena ou por um personagem, ainda que secundário

12 - Qual o início de livro mais arrebatador para você?

13 - De que livro você mudaria o final? Como?

14 - Que livros ficariam muitos melhores se um pedaço fosse suprimido?

15 - Que livros que não têm nada a ver com você, até contrariam algumas de suas convicções e que ainda assim você considera bons ou recomendáveis?

16 - A literatura contemporânea é muito criticada. Cite livro (s), escrito (s) nos últimos dez anos, aqui ou no mundo, que mereça (m) a honraria de clássico (s) ou obra-prima (s).

17 - Por falar em clássicos. Para que clássico brasileiro de qualquer época você escreveria um prefácio daqueles que incitam a leitura?

18 - Cite um vício literário que considere abominável.

19 - E qual a virtude que mais preza na boa literatura?

20 - De que livro você mais tirou lições para seu ofício?

21 - E que a frase ou verso que escolheria como epígrafe desta entrevista?

Respostas

1. "Tender Is The Night", F. Scott Fitzgerald

2. Qualquer coletânea de contos do Edgard Allan Poe.

3. TO KILL A MOCKINGBIRD, de Harper Lee (o filme é famosíssimo, mas o livro é melhor); qualquer um do H. P. Lovecraft.

4. "Paris no Século XX", de Jules Verne.

5. "The Mists of Avalon", Marion Zimmer Bradley.

6. Dick Diver no deck do hotel vê sua ex-esposa, agora casada com seu ex-melhor-amigo, andando na praia e os abençoa de longe, discretamente... (tender is the night); a conversa final entre o professor e o personagem principal, filosofando sobre a vida, em "The Catcher in The Rye", de J.D. Salinger).

7. Dick Diber e Nicole (Fitzgerald again), Morella (Poe), Morpheus (Sandman), Gandalf (Lord of The Rings), a boneca Emília (Lobato).

8. Qualquer um do Marcelo Mirisola, e isso é muito salutar na literatura dele.

9. Toda a série do Sítio do Picapau Amarelo, do Lobato, e a imensa maioria dos livros de Jules Verne.

10. "A Era dos Estremos", eric Hobsbawn

11.a) Machado de Assis é chato, mas bom.

b) Ulysses, de Joyce, deve ser bom, mas nunca cheguei ao final. O mesmo com Proust, qualquer cousa de Proust.

c) A Tree Grows in Brooklyn, by Betty Smith. Um clássico americano do pós-guerra, best-seller na época, não sei se tem tradução em português.

d) "Dom Quixote", de Cervantes

e) "The Rule of Four", este best-sellerzinho que tá fazendo sucesso hoje em dia...

f) "Gabriela Cravo e Canela", de Jorge Amado

g) O superestimado "Catcher in the Rye", pela cena da resposta nº 6.

12. As cenas da Côte D'Azur em "Tender is the Night", once more.

13. De qualquer um que não tenha preparado bem o plot em direção ao final. Não adianta mudar o final, ele "vem" naturalmente. Quando o final é ruim, o livro todo é.

14. Quase todos.

15. Qualquer coisa de Lutero, Marx e Olavo de Carvalho.

16. "The New York Trilogy", Paul Auster. Ou "High Fidelity", Nick Hornby.

17. "Dom Casmurro" é um primor, o único livro do Machado de Assis que dá prá aturar. O resto é só o relato de um bando de burguesinhos babacas e suas vidinhas medíocres no Brasil babaca e medíocre do século XIX. Dom Casmurro é perfeito, mas você só entende quando já viveu um pouquinho mais, sofreu de amor, de desilusão e de dor de corno. Já "Mar Morto" e "Tenda dos Milagres" são a prosa brasileira mais saborosa que já se criou. Todo mundo deveria começar a ler os clásicos brasileiros por eles.

18. Ler o final do livro antecipadamente. Por isso coloquei o posfácio de meu livro de contos em minha homepage. Quem quiser que leia só of inal e sofra de ejaculação precoce mental.

19. "Nua, a verdade é belíssima, e a impressão que causa é tanto mais profunda quanto mais simples é sua expressão; em parte porque, nesse caso, ela ocupa sem dificuldades toda a alma do ouvinte, que não é distraído por nenhum pensamento secundário; em parte, porque ele sente que não foi corrompido ou iludido por nenhum artifício retórico, e que o efeito inteiro advém do assunto em si."

(Arthur Schopenhauer, “Sobre o Ofício do Escritor”, © Martins Fontes 2003)

20. De meu romance ainda inacabado. Como é difícil!

21. "Ou melhor: que olhemos pro lado e enxerguemos alegria, que reine a fantasia! acima dos castelos de areia, das metáforas intermináveis, da timidez inapelável, do tesão que assombra amizades, da pressa que corrompe a teia lentamente elaborada das afinidades eletivas, da ansiedade que embota as relações, dos grilhões que definem certo e errado. Boonoonoos. Maravilhoso. Nirvana na terra." (do meu livro "boonoonoos")


Queridos "Manhatan Connectors",

No debate sobre o Cardeal Ratzinger (15/04/2001), sobressaiu a visão sóbria e abrangente de Caio Blinder, comedida e informada, sem "achismos". Já Lúcia defendeu Boff sem explicar o porquê, sem argumento nenhum ("Ah, mas ele foi o cara que calou o Boff..."). Até onde eu saiba, Boff só foi impedido de falar como religioso, de falar em nome da Igreja, e não como pessoa, e isso qualquer grande empresa faz, não é? Tanto que Boff está aí até hoje, propagando suas idéias, da mesma forma que o Frei Betto publicou um romance policial passado nos bas-fond da Lapa carioca, ou seja, livremente.

Jabor e Nelson demonstraram uma total falta de intimidade não só com a filosofia católica como para com a personagem em si. Lucas Mendes ultimamente só faz mediar, fiquei sem saber sua opinião.

Não se trata de defender a Igreja, que obviamente deixa MUITO a desejar em termos de ação social. Que o diga um tio meu que é Padre (Pe. Pedro Antônio Bach, NDS), que cuida sozinho de 230 crianças em todo o Brasil e não conta com nenhum apoio oficial da sua congregação, quanto menos de instâncias superiores. Se todo Padre ou pastor fosse como ele, já pensaram?

Já a Teologia da Libertação é o extremo oposto (e extremista, se me permitem o trocadilho) da letargia da Igreja oficial. É o cristianismo-marxismo, é querer que Cristo desça da Cruz e pegue em armas para defender Israel humilhada pelos algozes romanos. Ao colocar-se do lado do MST, a ala "progressista" da CNBB faz "caridade" com o chapéu alheio. Mais útil seria assumir o papel social da Igreja em termos locais, fazendo cada comunidade ajudar a educar e dar trabalho a esta gente faminta que se espalha pelo Brasil.

Um grande abraço.

Parabéns pelo programa, não perco um.

Resposta de Lúcia Guimarães

Caro Renato,

Obrigada pelo comentário. Não tenho o programa aqui, infelizmente os dois

masters saem em seguida a gravação e um volta mais tarde. Nao me lembro de

ter defendido o Boff mas sei que o Cardeal Ratzinger , de acordo com um

jornal de Roma , pediu que se vigiasse inclusive a vida pessoal dele. Acho

que o tratamento dispensado ao Boff foi desnecessário e se você ler o artigo

que ele escreveu, podera admirar o senso de humor do ex-Frei. Nao sou adepta

da teologia da libertacao, tanto quanto acho lamentavel o papel do Cardeal

Ratzinger voltando o relogio atrás, depois dos avanços do Papa Joao XXIII.

Desprezo a politizacao dos dois lados e acho que a Igreja Católica perdeu

muitos seguidores graças à radicalização que está descrita no livro que

citamos. Fui educada em colágio de freiras , Dom Helder Câmara batizou minha

irmã. Eu era levada com freqüência pela minha mãe para ajudar um orfanato

catolico, quando era pequena. Culturalmente sou católica como grande parte

dos brasileiros embora nao pratique a religião.

Atenciosamente,

Lucia Guimarães

NOTA: E pensar que depois de 5 anos veríamos o "Panzercardinal" como Papa é irônico, não? Acho que este é um assunto que poderia não interessar muito a quem não é (ou foi) católico em princípio, mas depois de mais de um quarto de século em que o mundo foi profundamente tocado pelos acertos (e até pelos eventuais erros) de João Paulo II, a figura do Papa - como chefe de estado, representante de um (pequeno) porém influente país, líder espiritual de mais de um bilhão de "so-called" adeptos, e catalisador de influências variadas em múltiplas esferas (basta dar uma relembrada rápida na infinidade de campanhas e movimentos que foram a ele em busca de apoio e "ratificação", de seu contato com outros estadistas e até popstars) - revestiu-se de uma importância que já não existia mais talvez desde a Idade Média, vestida de outros tons, herdeira de novos desafios.

Por isso vale relembrar, discutir, pensar a respeito e principalmente acompanhar os passos deste homem polêmico que hoje atende pelo nome de Bento XVI; e que, quer se queira ou não, influenciará de algum modo o futuro da humanidade nos anos de seu Pontificado.


“Entretanto, gostaria que alguém tentasse algum dia escrever uma história trágica da literatura, na qual mostrasse como as diferentes nações, que individualmente demonstram seu máximo orgulho por seus grandes escritores e artistas,trataram estes últimos em vida: tal pessoa colocaria então diante de nossos olhos aquela luta sem fim que as coisas boas e autênticas de todos os tempos e países tiveram de sustentar sobre as coisas erradas e ruins que sempre prevalecem; descreveria o martírio de quase todos os verdadeiros iluminadores da humanidade, de quase todos os grandes mestres em toda disciplina e arte; mostrar-nos-ia como estes, salvo poucas exceções, tiveram uma vida atormentada, sem reconhecimento, sem simpatia, sem discípulos, na pobreza e na miséria, enquanto a glória, a honra e a riqueza acabavam no poder de concorrentes indignos (...) No entanto, apesar de tudo, o amor pela causa os manteve íntegros; quando então finalmente a difícil luta de tal educador do gênero humano foi cumprida, o louro imortal saudou-o e soou a hora em que a ele também foi dito:

A pesada couraça ganha asas,

Breve é a dor, e eterna a alegria*”

(* de um poema de Schiller)

(SOBRE O OFÍCIO DO ESCRITOR, Arthur Schopenhauer, Martins Fontes 2003)



HOSPITAL COM PINTA DE CASTELO

Jornal Extra - 13 de maio de 2005

Autor: Simone Miranda

Nova ala infantil do Mário Kröeff vai triplicar atendimento a crianças com câncer

Estar num hospital, mas se sentir dentro de uma casa de bonecas.
É isso que o Hospital Mário Kröeff pretende proporcionar aos seus pequenos pacientes. A idéia é construir uma unidade com clima de conto de fadas interligada ao pavilhão principal.
A obra, na Penha Circular, já foi iniciada, mas para concretizar o sonho, a direção precisa de recursos.

— Já temos o projeto arquitetônico, o terreno e os R$40 mil reais doados pelo Instituto Kaplan. Mas a construção vai custar R$286 mil. Todo mundo que quiser pode ajudar —diz o diretor do Mário Kröeff, Hiram Silveira.

Só para as crianças

Segundo ele, o ambiente desse pequeno hospital poderá ajudar no tratamento das crianças que batalham contra o câncer:
Vai ser um local só delas, com ambulatório, enfermarias, sala de recreação e miniparque de diversões.

Esse ambiente lúdico é muito saudável. Sem entrar em contato com pacientes adultos, as crianças não terão a visão de que, no futuro, a doença pode reaparecer.

Além de ser um local mais agradável, a nova unidade poderá triplicar a capacidade de novos atendimentos no hospital. Em 2004, a unidade recebeu 57 novos casos da doença e a capacidade pulará para 150 se o projeto for finalizado.

Hoje, a ala infantil tem 15 leitos. Com a obra, será possível internar 30 crianças.

O Hospital Mário Kröeff não recebe verba do governo e atende a 98,9% de seus pacientes pelo convênio com o SUS.



Blog EntryboonoonoosMay 14, '05 6:04 PM
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"boonoonoos" é o mais alto grau de elevação espiritual alcançável pela filosofia rastafari. À diferença de outras filosofias ocidentais, no entanto, "boonoonoos" é algo que se conquista aqui mesmo, nesta dimensão, uma espécie de paraíso na terra.

"boonoonoos" também é uma gíria de moda entre os pioneiros do surf nos anos 60 e 70, meaning "wonderful".

"boonoonoos" é um livro de contos.

"boonoonoos" é o livro de estréia de Renato van Wilpe Bach, disponível no Armazém Digital.